Paródia da música Epitáfio do grupo Titãs
Contextualização: Certa vez, conversando com um amigo cego, a respeito da importância da ONCB – Organização Nacional de Cegos do Brasil, disse-nos ele: “A ONCB é o túmulo da luta dos movimentos das pessoas com deficiência visual no Brasil”. Realmente, uma entidade que se auto proclama como a única representante dos mais de 6 milhões de pessoas com deficiência visual brasileiras, no entanto, observando que mais da metade de suas associadas são instituições prestadoras de serviço e não representativas, já percebemos que se trata de um grande engodo. Temos milhares de demandas do público com deficiência visual represadas, inacessibilidade generalizada, exclusão absurda, somos os últimos colocados no ranking de empregabilidade da RAIS, e essa organização inútil focando seus esforços em aprovar o jurássico Tratado de Marraqueche, defendendo o mercado editorial para mexer na Lei Brasileira da Inclusão, objetivando que a pessoa cega do Século XXI volte a viver no Século XIX. E qual o motivo disso? O nefasto plano do dragão de 3 cabeças, ONCB, Fundação Dorina e editora DNA, de criação de uma rede privada para distribuição de livros no formato dorina-DAISY, um formato rejeitado por 11 entre 10 cegos brasileiros. Mas essa rejeição não incomoda a essa turma, porque o que lhes interessa na verdade é que a rede terá de ser irrigada pelos cofres públicos, ou seja, nossos impostos sendo drenados da rede oficial composta por escolas e quase 5000 bibliotecas públicas, para uma rede privada e mercenária. Sem contar os milhões em esmolas pedidas à sociedade em nome dos cegos desvalidos de leitura. Assim, o livro acessível distribuído gratuita e publicamente jamais vai interessar a quem sempre viveu do livro acessível controlado de maneira segregada. Realmente estamos diante do túmulo da luta dos movimentos de pessoas com deficiência visual no Brasil. Nossos pêsames a todos.
#paracegover
A ilustração desta paródia é a Imagem de uma lápide, em tom cinza, sem nenhuma inscrição.”